quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

MÉDICO LEGISTA


O que é ser um médico legista?

O médico legista é o profissional que trabalha com a medicina legal, aplicando conceitos técnicos-científicos da medicina à causas legais e jurídicas. O médico legista é responsável por fazer o exame de corpo de delito em vítimas vivas ou mortas, relacionando-se com os mais diversos campos do direito, e elaborando laudos que permitam a análise de fatos ocorridos durante o crime, de armas utilizadas, da causa da morte, etc. Esse laudo do médico legista auxilia na investigação de cada caso, podendo até fornecer características do criminoso, como também de ser imprescindível na resolução de casos judiciais, consubstanciando os inquéritos e ações penais. As conseqüências dos ferimentos também são levadas em conta no laudo e no resultado da ação criminal.

Quais as características necessárias para ser um médico legista?

Para ser um médico legista é necessário que o profissional domine conceitos de medicina, direito, biologia, sociologia, química, balística, entre outras. Outras características interessantes são:
  • responsabilidade
  • capacidade de observação
  • capacidade de concentração
  • visão abstrata
  • capacidade de interligar os fatos
  • raciocínio lógico
  • metodologia
  • capacidade de lidar com as pessoas
  • agilidade

Qual a formação necessária para ser um médico legista?

Para ser um médico legista é necessário que o profissional possua diploma de cursos superior em Medicina, que tem duração média de seis anos. A medicina legal é considerada uma especialidade médica, portanto, após o término do curso é necessário a especialização. Na especialização são abordados muitos conceitos diferentes, principalmente de direito, biologia, balística, sociologia, filosofia, etc.

Principais atividades de um médico legista

  • realizar o exame de corpo de delito em vítimas vivas ou mortas
  • no caso de vítimas vivas, realizar a análise dos ferimentos e elaborar laudo que auxilie na resolução do processo que envolverá o caso
  • no caso de vítimas mortas, o legista examina o cadáver e os ferimentos, elaborando laudo que possa auxiliar na investigação do crime. A partir desse laudo é possível descobrir a arma utilizada no crime, se houve requintes de crueldade, características do criminoso
  • apresentar o laudo às autoridades competentes que, a partir daí, podem trabalhar com esses resultados

Áreas de atuação e especialidades

  • antropologia forense - estudo da identidade e identificação, como a datiloscopia, papiloscopia, irologia, exame de DNA, etc.
  • traumatologia forense - estudo das lesões e suas causas. 
  • asfixiologia forense - analisa as formas de asfixias, sejam acidentais ou criminosas, homicídios e autocídio (suicídio).
  • sexologia forense - trata da Erotologia, Himenologia e Obstetrícia forense, analisando a sexualidade em sob três aspectos: normalidade, patológico e criminológico.
  • tanatologia - estudo da morte e do morto.
  • toxicologia - estudo das substâncias cáusticas, venenosas e tóxicas, seus efeitos.
  • psicologia e psiquiatria forenses - estudo da vontade e das doenças mentais. Pode-se assim a vontade, as capacidades civil e penal.
  • polícia científica - atua na investigação criminal.
  • criminologia - estudo da gênese e desenvolvimento do crime.
  • vitimologia - estudo da participação da vítima nos crimes.
  • infortunística - estudo das circunstâncias que afetam o trabalho, como seus acidentes, doenças profissionais, etc.

Mercado de trabalho

O profissional da medicina legal é um servidor público, portanto, o mercado de trabalho para esse profissional depende apenas da abertura de concursos públicos para tal cargo. A seleção pública é concorrida e existem até cursos preparatórios para os candidatos que querem se preparar melhor para a prova.

Curiosidades

A medicina legal já existia na Antigüidade Clássica, e as técnicas foram evoluindo cada vez mais, chegando em Roma já com grandes avanços. Na Idade Média a medicina legal vai sendo deixada um pouco de lado, e na chegada das luzes do Renascimento sua importância já voltava a ser reconhecida, com a intervenção do Direito Canônico. 
É na Alemanha que essa especialidade ganha verdadeira força, quando leis tornam obrigatória a perícia em casos de ferimentos, homicídios, abortos, etc. 
Foi somente no século XIX que a ciência tomou novos ares e autonomia suficiente, a partir daí a evolução de técnicas e métodos de perícia é continua, até hoje.

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