terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

OLEIRO

O artesão que trabalha com o barro é chamado de oleiro. Mas essa denominação muda de região para região. Em alguns lugares essas pessoas são chamadas de figureiras, em outras de paneleiras. Um dos mais famosos figureiros do Brasil é o pernambucano Mestre Vitalino. No Estado de São Paulo os representantes da técnica vêm da cidade Apiaí e Taubaté, e as paneleiras, de São Sebastião. Eles produzem utensílios usados no dia-a-dia e figuras que muitas vezes são inspiradas em cenas do cotidiano. "Gosto de reproduzir as figuras que vejo no universo caiçara", conta Milton Duarte, figureiro de Iguape, no litoral paulista. "São cozinheiras, pescadores e jogadores de truco." Já em Taubaté o costume é reproduzir animais e figuras do universo sacro. Em Apiaí, a produção é, principalmente, de utensílios.
A profissão do oleiro é uma das mais antigas que se tem notícia e até hoje pouca coisa mudou no cotidiano desse tipo de artista. A matéria-prima continua sendo a mesma e o torno, usado para conseguir a fôrma oca de potes e panelas, é, provavelmente, o instrumento de trabalho mais antigo que existe. "Sabemos que na Antiguidade, na cidade de Susa, região do Oriente Médio, cerca de 4500 anos a.C. já se usava o torno", retoma o professor Tirapeli. "Depois de Susa, o torno passou a ser usado também na Mesopotâmia, atual Iraque; Egito - onde havia até um deus protetor dos oleiros -; Grécia; Etruria, atual Itália; e finalmente chegou às margens do Rio Danúbio, no norte da Europa." Apesar dos 4500 anos que se passaram do primeiro torno que há notícia, pouca coisa mudou também na rotina de transformar o barro em moradia, arte ou utensílio". A labuta de um oleiro continua sendo essencialmente amassar o barro, confeccionar suas peças e depois negociá-las.

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