terça-feira, 30 de março de 2010

ENGENHEIRO NAVAL


Apesar de ter 8 000 quilômetros de litoral e alguns dos maiores rios do mundo, o Brasil não é conhecido por sua indústria naval. Algumas décadas atrás, os estaleiros em funcionamento no país respondiam por 7% da produção mundial de embarcações de grande porte. Na década de 80, contudo, quando o governo parou de subsidiar o setor, o encolhimento foi considerável. Mas há perspectivas para quem tem interesse em projetar barcos. A navegação fluvial no Brasil está crescendo: o governo tem planos de interligar o país por meio de hidrovias, e o transporte de carga pelos rios deve aumentar bastante até 2 010, especialmente pelo Mercosul Hidroviário - a rota de 7 000 quilômetros que liga o centro-oeste, o sudeste e o sul do Brasil à Argentina, ao Uruguai e ao Paraguai.
Ao projetar uma embarcação, o engenheiro naval estuda o tipo de viagem em que ela será utilizada, os rios pelos quais passará, o número de passageiros e a quantidade de carga. Tudo isso vai influir na capacidade de armazenamento de combustível e víveres, por exemplo. Durante a construção, caso a embarcação seja fluvial, ele faz também o orçamento e supervisiona a obra. No trabalho em grandes estaleiros, o engenheiro naval costuma restringir-se a uma única área, como estrutura, elétrica ou motores.
Por conhecer o funcionamento de estruturas flutuantes, esse profissional é utilizado para desenvolver projetos de construção de plataformas marítimas de exploração de petróleo e trabalhar em sua manutenção. "Grande parte dos formados recentemente trabalha nas plataformas flutuantes da Petrobras. Os grandes estaleiros fecharam e os que ainda restam só funcionam para fazer preparos de embarcações", conta Sylvio Henrique da Silva, responsável, na Petrobras, pela exploração de petróleo em águas profundas.



O mercado

"Há oportunidades nas atividades de transporte fluvial, em razão da expansão do comércio por rios", diz Joaquim Carlos Teixeira Riva, diretor de hidrovias e desenvolvimento regional da Companhia Energética de São Paulo. Outro bom campo é o de projeto e construção de plataformas marítimas. É raro o trabalho em projetos de grandes embarcações. Nesse setor, a atuação limita-se a reparos e manutenção de navios. 


O curso

O aluno começa pelas matérias teóricas, como matemática, física, química, economia e ciências da computação. A partir do terceiro ano, a formação inclui, entre outras disciplinas, teoria de projeto de embarcações e sistemas oceânicos, hidrostática, hidrodinâmica, tecnologia de construção e de materiais. Duração média: cinco anos.


Matérias
- Arquitetura Naval
- Máquinas Marítimas
- Materiais de Construção
- Tecnologia da Construção Naval
- Tecnologia Mecânica
- Termodinâmica

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