Os médicos veterinários deram um grande salto: ultrapassaram os limites das clínicas e das fazendas de pecuária para invadir a indústria alimentícia. "Nossa principal missão é cuidar da saúde dos animais para evitar a transmissão de doenças ao homem", afirma José Alberto Pereira da Silva, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo. Em fazendas e granjas, o veterinário cuida da higiene, da alimentação e das boas condições de abrigo da criação. É ele quem garante que os animais não irão ingerir substâncias que possam deixar resíduos na carne que vai para a mesa do consumidor, por exemplo.
Mesmo depois de abatidos, os bichos continuam a merecer a atenção do veterinário. "Em São Paulo, quase todos os supermercados têm esse profissional contratado", diz Pereira da Silva. Ali, acompanha a chegada do frango, da carne e do leite, checa a existência de micróbios no ambiente de estocagem e verifica a temperatura ideal dos freezers. Além disso, orienta os empregados sobre normas de higiene no manuseio dos produtos.
Para quem prefere trabalhar com bichinhos de estimação, um alerta. O veterinário está deixando de ser aquele médico que fica na clínica e sabe um pouco de tudo. "A tendência é de que o profissional se especialize", conta Helenice Spinosa, professora da USP, em São Paulo.
A área de nutrição animal nas indústrias de ração é a mais promissora. As clínicas particulares são sempre um caminho razoavelmente segura nas grandes cidades. Mas, para vencer nesse mercado bastante saturado, é necessário começar a especializar-se ainda durante a graduação e, depois da formatura, em cursos de pós-graduação em uma das áreas da medicina, como oftalmologia ou odontologia.
O curso
Os cursos estão mudando o enfoque da medicina curativa para a medicina preventiva, dirigida à defesa sanitária. As aulas práticas preenchem 60% do currículo. Os dois primeiros anos compreendem matérias como microbiologia, genética, nutrição e produção animal. Nos anos seguintes, você vai estudar doenças e aprender técnicas clínicas e cirúrgicas. Disciplinas optativas vão orientá-lo para uma especialização. O último semestre é reservado ao estágio supervisionado. Duração média: cinco anos.
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